A
infecção urinária é uma das doenças bacterianas mais comuns no ser humano,
afetando homens e mulheres de todas as idades. Para
falar mais sobre essa patologia, o Blog Conexão Saúde entrevistou o médico
urologista do Hospital Samel, Pedro Cintra, que esclareceu algumas dúvidas e
deu dicas de prevenção e tratamento. Mas, primeiro, vamos entender o que é o
problema.
O que é infecção urinária?
De
acordo com o urologista Pedro Cintra, infecção urinária “é a associação entre a
colonização do trato urinário por bactérias, vírus ou fungos e o processo
inflamatório que decorre desta colonização”.
A
princípio, o líquido (urina) que enche a bexiga é estéril, ou seja, livre de
bactérias e o organismo sadio possui mecanismos para evitar que a infecção
urinária ocorra. Mas, quando esses micro-organismos se multiplicam ao redor da
uretra e conseguem se infiltrar ao canal da urina até chegar à bexiga,
desencadeiam uma infecção.
“Na maioria dos casos, as bactérias que habitam a
região do períneo (área entre os testículos e o ânus) descem pela uretra e
bexiga, causando o problema”. No
homem, a doença é mais comum nos extremos da vida: no período neonatal e na
melhor idade.
Existem tipos diferentes?
A
classificação entre infecções urinárias alta (pielonefrites) e baixa (cistite),
segundo o doutor Pedro Cintra, é um tanto quanto arbitrária. Segundo ele, a
infecção é alta quando acomete o rim e é baixa quando são acometidas a bexiga,
próstata e uretra.
“Na
prática clínica, a infecção que atinge os rins costuma ser mais grave,
acompanhada de sintomas sistêmicos, como febre, calafrios e toxemia
(intoxicação resultante do excesso de toxinas acumulada no sangue, por
deficiência de um órgão). As infecções baixas, por sua vez, apresentam menos
sintomas sistêmicos e mais localizados, como polaciúria (vontade de urinar com
frequência e em poucos volumes) e disúria (dor ao urinar)”, explica o doutor
Cintra.
Diagnóstico
O
diagnóstico é feito com base no quadro clínico apresentado pelo paciente,
juntamente com exame de urina, o qual pode evidenciar a presença de bactérias
na urina e também outros sinais que auxiliam no diagnóstico. A urocultura
também costuma ser solicitada em casos de recidiva, quando a infecção retorna
após o tratamento, sendo que esta ajuda na identificação da bactéria causadora
da infecção.
De
acordo com o urologista da Samel, as consequências das infecções são muito
variáveis. “Não é incomum a ocorrência de cicatrizes renais definitivas e até
quadros de infecção generalizada (sepse), com risco de morte. Felizmente, a
maioria dos casos não costuma deixar sequelas”, ressalta.
Tratamento
O
tratamento consiste em medidas gerais e antimicrobianos. Quadros de infecção
mais simples podem ser tratados de forma ambulatorial, com drogas em dose
única. Quadros mais graves exigem internação e acompanhamento especializado.
Prevenção
A
prevenção da infecção urinária consiste em várias medidas, que mudam em função
da faixa etária e da existência de condições prévias. Em crianças, deve-se
observar a forma adequada de realizar a higienização do períneo, manter um
estado nutricional eutrófico e investigar precocemente a ocorrência de
alterações congênitas, o que obriga o acompanhamento precoce por parte de um
pediatra.
Na
idade adulta, temos essencialmente duas populações: para mulheres, além das
medidas de higiene íntima, é preciso estabelecer boas práticas na esfera de
vida sexual, alimentar e comportamental.
Os
homens, por sua vez, devem realizar a investigação de patologias, como a
hiperplasia benigna da próstata, que podem acarretar episódios de infecção
urinárias, além das medidas gerais de alimentação e práticas sexuais e
comportamentais saudáveis.
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