quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Produtos “naturais” de estímulo sexual masculino podem conter substâncias perigosas

Muitos homens que procuram ajuda médica para questões de saúde sexual relatam o uso de suplementos dietéticos. Mas com pouca regulação da dosagem ou ingredientes, os efeitos para a saúde masculina desses produtos são desconhecidos. Além disso, não há nenhuma prova de que suplementos  sexuais vendidos sem prescrição para os homens realmente funcionem; e deve-se lembrar que alguns destes suplementos são potencialmente perigosos. Isso é o que relata um novo estudo publicado na revista  Journal of Sexual Medicine.

Na pesquisa, buscou-se identificar os suplementos de ajuda sexual masculina mais vendidos e analisaram ​​os seus ingredientes, incluindo os produtos comercializados para melhorar ereções, o desejo e o desempenho sexual. Alguns dos produtos mais usados ​​incluem a erva  Horny Goat Weed  (Epimedium), ginseng, DHEA (o hormônio desidroepiandrosterona), Ginkgo biloba, feno-grego e extrato de maca (Lepidium Meyenii, ou ginseng peruano), descobriram os pesquisadores.

Eles também verificaram que alguns dos produtos supostamente "naturais" têm vestígios de inibidores da 5-fosfodiesterase (PDE5Is), a medicação encontrada em medicamentos - como Viagra (R) - usados para tratar a impotência. Um estudo revisado pelos pesquisadores indica que 81% das amostras testadas de produtos masculinos do estímulo sexual vendidos nos Estados Unidos e na Ásia continha  PDE5Is.

Segundo os autores do estudo, os homens que usam estes medicamentos sem a supervisão de um médico correm o risco de tomá-los de forma inadequada. Os pacientes com doença cardíaca avançada, por exemplo, ou que tomam nitratos, como a nitroglicerina, não devem usar PDE5Is, pois pode causar uma queda perigosa da pressão arterial. Da mesma forma, os homens com insuficiência grave do fígado ou em fase terminal da doença renal que necessitem de diálise deve evitar esses produtos. Além disso, os homens que tomam medicamentos como Flomax (tansulosina), terazosina ou doxazosina para tratar a próstata aumentada correm o risco de tonturas e quedas, se usarem ao mesmo tempo PDE5Is ao mesmo tempo.

Fonte: Boa Saúde

terça-feira, 12 de janeiro de 2016

Infecção Urinária

A infecção urinária é uma das doenças bacterianas mais comuns no ser humano, afetando homens e mulheres de todas as idades. Para falar mais sobre essa patologia, o Blog Conexão Saúde entrevistou o médico urologista do Hospital Samel, Pedro Cintra, que esclareceu algumas dúvidas e deu dicas de prevenção e tratamento. Mas, primeiro, vamos entender o que é o problema.

O que é infecção urinária?

De acordo com o urologista Pedro Cintra, infecção urinária “é a associação entre a colonização do trato urinário por bactérias, vírus ou fungos e o processo inflamatório que decorre desta colonização”.

A princípio, o líquido (urina) que enche a bexiga é estéril, ou seja, livre de bactérias e o organismo sadio possui mecanismos para evitar que a infecção urinária ocorra. Mas, quando esses micro-organismos se multiplicam ao redor da uretra e conseguem se infiltrar ao canal da urina até chegar à bexiga, desencadeiam uma infecção. 

“Na maioria dos casos, as bactérias que habitam a região do períneo (área entre os testículos e o ânus) descem pela uretra e bexiga, causando o problema”. No homem, a doença é mais comum nos extremos da vida: no período neonatal e na melhor idade.

Existem tipos diferentes?

A classificação entre infecções urinárias alta (pielonefrites) e baixa (cistite), segundo o doutor Pedro Cintra, é um tanto quanto arbitrária. Segundo ele, a infecção é alta quando acomete o rim e é baixa quando são acometidas a bexiga, próstata e uretra. 

“Na prática clínica, a infecção que atinge os rins costuma ser mais grave, acompanhada de sintomas sistêmicos, como febre, calafrios e toxemia (intoxicação resultante do excesso de toxinas acumulada no sangue, por deficiência de um órgão). As infecções baixas, por sua vez, apresentam menos sintomas sistêmicos e mais localizados, como polaciúria (vontade de urinar com frequência e em poucos volumes) e disúria (dor ao urinar)”, explica o doutor Cintra.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito com base no quadro clínico apresentado pelo paciente, juntamente com exame de urina, o qual pode evidenciar a presença de bactérias na urina e também outros sinais que auxiliam no diagnóstico. A urocultura também costuma ser solicitada em casos de recidiva, quando a infecção retorna após o tratamento, sendo que esta ajuda na identificação da bactéria causadora da infecção.

De acordo com o urologista da Samel, as consequências das infecções são muito variáveis. “Não é incomum a ocorrência de cicatrizes renais definitivas e até quadros de infecção generalizada (sepse), com risco de morte. Felizmente, a maioria dos casos não costuma deixar sequelas”, ressalta.

Tratamento

O tratamento consiste em medidas gerais e antimicrobianos. Quadros de infecção mais simples podem ser tratados de forma ambulatorial, com drogas em dose única. Quadros mais graves exigem internação e acompanhamento especializado.

Prevenção

A prevenção da infecção urinária consiste em várias medidas, que mudam em função da faixa etária e da existência de condições prévias. Em crianças, deve-se observar a forma adequada de realizar a higienização do períneo, manter um estado nutricional eutrófico e investigar precocemente a ocorrência de alterações congênitas, o que obriga o acompanhamento precoce por parte de um pediatra.

Na idade adulta, temos essencialmente duas populações: para mulheres, além das medidas de higiene íntima, é preciso estabelecer boas práticas na esfera de vida sexual, alimentar e comportamental.

Os homens, por sua vez, devem realizar a investigação de patologias, como a hiperplasia benigna da próstata, que podem acarretar episódios de infecção urinárias, além das medidas gerais de alimentação e práticas sexuais e comportamentais saudáveis.